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sábado, 31 de marzo de 2012


VER CLARO

Toda a poesia é luminosa, até a mais obscura.
O leitor é que tem às vezes, em lugar de sol, nevoeiro dentro de si.
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar outra vez e outra vez e outra vez
a essas sílabas acesas ficará cego de tanta claridade.
Abençoado seja se lá chegar. 

Eugénio de Andrade, Os sulcos da sede

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